Segue “queda de braço” no mercado do milho

“Uma coisa é dizer que o mercado está subindo, outra é ver esta alta dentro de um Banco de Dados Histórico, que é o gráfico. Os preços realmente subiram, mas estão longe dos níveis em que já estiveram. E o mercado está mais para parado do que para ativo, porque duas forças, com expectativas contrárias, se digladiam silenciosamente”. A avaliação é do analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica. 

O especialista aponta, de um lado, que a pressão altista dos vendedores ganha solidez com a expectativa de problemas no milho safrinha, de retomada na demanda das indústrias e do incremento dos volumes de exportação: “A especulação cresce na expectativa de compras maiores (de tradings e indústrias) nos próximos dias, dando firmeza aos preços. Produtores, que estão em fase de colheita, observam o avanço das pedidas e restringem ainda mais seus lotes, mesmo que a necessidade de venda seja iminente”. 

“Por outro lado, os compradores adquirem milho local a conta-gotas e optam por se abastecer em outros estados (MT, MS e GO), além de receberem cargas negociadas no plantio. Ofertas de sorgo e milheto, principalmente de GO, aparecem com frequência e abastecem pequenas granjas e indústrias de proteína animal, prolongando a necessidade de novas compras grandes”, explica. 

Nos mercados estaduais, aponta Pacheco, os negócios estão travados, com aumento da oferta e recuo da demanda. 

B3 SÃO PAULO

As cotações do milho no mercado futuro da B3, de São Paulo, sofreram sua primeira correção depois de quatro dias consecutivos de alta. “É normal, nos mercados futuros, haver correção depois de um período de altas significativas, a fim de efetuar os lucros correspondentes, por se tratar de um mercado com forte atuação de Fundos de Investimentos e especuladores financeiros. 
Esta queda não significa que houve inversão da tendência de alta, apenas de uma tomada de lucros. No mercado físico, a recomposição dos estoques das indústrias e o início das compras dos exportadores, cuja janela nos portos está se abrindo, são fatores muito fortes de alta”, conclui Pacheco. 

Agrolink