Mercado interno chinês se reativa com guerra comercial

Uma guerra comercial entre Estados Unidos e China abre oportunidades no mercado chinês para países como o Brasil e agentes do mercado interno. Enquanto nenhuma das duas grandes potências parecem dispostas a desistir da disputa comercial, especialistas dizem que as tarifas de 25% afetarão pouco as importações agrícolas totais da China, mas seriam boas para a demanda doméstica de produtos, especialmente no setor de alimentos e de ração. Segundo um estudo da consultoria CCM, as tarifas para sorgo e soja ajudariam a aumentar a demanda interna por milho.

Especialmente as tarifas em milho não teria um grande papel. Dados oficiais alfandegários da China mostram que em todo o ano de 2017, as importações de milho dos Estados Unidos foram apenas 27% das totais. A Ucrânia é ainda a principal original de importação de milho para a China. Portanto, o negócio de importação de milho não seria afetado pelo aumento de tarifas de milho americano.

Do ponto de vista dos Estados Unidos, uma das questões mais sensíveis seriam as tarifas à soja. Segundo pesquisa da CCM, em 2017, a soja foi o maior exportador agrícola para a China com um valor entre US$ 12 e US$ 14 bilhões.

Se a China confirma as tarifas à soja americana, isso fará com que a soja brasileira seja mais atrativa para os compradores chineses. Além disso, é provável que a soja mais cara dos Estados Unidos aumente a área de soja internacionalmente.

A China compra 60% da soja no mundo com um volume anual de 95,54 milhões de toneladas, com 53,31% vindo do Brasil, 33,39% vindo dos Estados Unidos e 6,89% da Argentina. Além disso, a China é também o maior importador mundial de sorgo com cinco milhões de toneladas com a maior parte do grão vindo dos Estados Unidos e da Argentina. Sobre o grão, autoridades chinesas lançaram uma investigação anti-dumping. No longo prazo, o volume de importação de sorgo deve significativamente cair e também contribuirá para aumentar a demanda interna milho.

Agrolink