Horizontes para o milho no Centro-Oeste

Produto originário das Américas, base da alimentação dos antigos povos indígenas e de milhões de consumidores na atualidade, o milho vem passando por um vigoroso processo de transformação. De produto de subsistência, o cereal transformou-se no pilar das modernas criações – avicultura, suinocultura, bovinos de corte e leite e pescados, principalmente devido ao ganho de produtividade, assegurados pelo desenvolvimento e introdução de novos híbridos de milho.

Em Goiás, onde a cultura do milho já era conhecida desde o ciclo da mineração, esse processo ganhou força na década de 1970, impulsionada pelo processo de fomento à industrialização em larga escala no Estado.

Com o efeito, o Estado de Goiás é hoje um importante player da produção de milho do Brasil. As projeções para 2012 apontam o Estado como um dos maiores produtores nacionais, respondendo por cerca de 11% da produção de milho do Brasil, oriunda das 4.028,8 mil toneladas colhidas na primeira safra, e das 2.534,7 mil toneladas da segunda safra, totalizando 6.563,5 mil toneladas.

Desde montante, 10 mil toneladas são destinadas para consumo humano, 800 mil toneladas para consumo industrial, 3.016,000 toneladas para consumo animal, cabendo as restantes 1.200 mil toneladas às exportação, conforme dados coletados da CONAB e da agência Safras & Mercados.

A indústria goiana ganhou espaço significativo no cenário nacional, processando 58% de sua safra, apresentando grande potencial para crescer ainda mais, conforme se avalia a partir da participação registrada em apenas duas décadas, quando o estado atingiu 20% do fornecimento de produtos industrializados no Brasil.

Essa relevante participação é explicada pelas condições favoráveis de cultivo, pela alta tecnologia de seus produtores, que registram alto índice de produtividade, pela política de incentivos fiscais do estado, como também pela estrutura logística e disposição geográfica de Goiás em relação aos principais mercados consumidores.

Na ultima década, com a competição por áreas férteis entre a soja e a cana-de-açúcar, a cultura do milho vem registrando especial crescimento de sua segunda safra (ou safra de inverno), colhida entre julho e setembro, que hoje representa cerca de 2.534,700 mil toneladas (40%) da produção de milho no ano.

Esta situação, entretanto, expõe produtores e indústrias goianas aos risco climático inerentes do cultivo da safra de inverno, o que pode se traduzir em perda de competitividade.

Colocamos como imperativo o estimulo a produção de milho, quer seja transgênico ou convencional, de forma equilibrada nas safras de verão e segunda safra, para que a indústria continue a trazer desenvolvimento ao estado e não sofra risco de ruptura.

CEO da Kowalski Alimento e Membro do Conselho da ADIAL.