Cotações do milho em Chicago subiram na semana

As cotações do milho em Chicago subiram na semana, com o primeiro mês fechando a quinta-feira (20) em US$ 3,52/bushel, contra US$ 3,36 na semana anterior.

Em termos gerais, o mercado segue o ritmo da colheita e a pressão de venda na atual safra estadunidense. A questão central está agora na ação dos produtores locais em termos de priorizarem a venda do milho ou da soja. Provavelmente o milho será privilegiado já que a soja, com a defecção da China, tende a encontrar mais dificuldades para ser escoada nesta nova safra estadunidense.

Por sua vez, as exportações dos EUA, na semana anterior, somaram a 774.000 toneladas de milho, volume que foi considerado pouco expressivo. Já na semana passada, as vendas externas somam 1,03 milhão de toneladas. 

Ao mesmo tempo, a recuperação das cotações do trigo ajudaram a puxar um pouco os valores do milho. Junto a isso, começam haver preocupações com o fluxo de colheita e logística da safra estadunidense. (cf. Safras & Mercado)

Enquanto isso, a colheita de milho nos EUA atingiu a 9% da área total até 16/09, ritmo considerado bom, contra 6% na média histórica. Há preocupação com chuvas nas próximas duas semanas, as quais podem atrasar o ritmo da colheita. Vale ainda destacar que, em continuando a guerra comercial entre EUA e China, há forte possibilidade de os produtores estadunidenses, na próxima safra, semearem mais milho do que soja, fato que pode iniciar um processo de alguma recuperação em Chicago. Lembrando que apenas no final de março o mercado terá a intenção de plantio nos EUA.

Paralelamente, a tonelada FOB de milho na Argentina fechou a semana em US$ 154,00 e no Paraguai a US$ 140,00.

Já no Brasil, as indefinições eleitorais deixam o mercado muito instável. Neste sentido, o mercado físico em São Paulo, não registra negócios abaixo de R$ 41,50 no CIF Campinas. Por enquanto, o produtor paulista está vendendo normalmente sua safra, o que ajuda a impedir novas altas no curto prazo. Por outro lado, as chuvas estão retornando ao Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, permitindo o avanço do plantio de verão. No Rio Grande do Sul, tal plantio chega ao redor de 40% da área esperada, neste final de semana.

Quanto às exportações, o câmbio continua favorável às mesmas, fato que pode acelerá-las até o final do ano comercial, em fins de janeiro/19. Espera-se que o país alcance 4 milhões de toneladas exportadas em setembro.

Enfim, o comportamento vendedor dos produtores da safrinha é que definirá a tendência de preços nas próximas semanas no Brasil. Por enquanto, com a melhoria da oferta, os consumidores têm conseguido uma posição mais favorável de estoques.

Neste quadro, a indicação dos compradores, no porto de Santos, não supera os R$ 40,00/saco no final desta semana, enquanto o balcão gaúcho fechou a semana em R$ 37,89/saco. Já os lotes giraram entre R$ 41,50 e R$ 42,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 24,50/saco em Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal (MT) e R$ 41,50/saco em Videira (SC). 

CEEMA / UNIJUI