Clima favorável favorece a colheita nos Estados Unidos

As cotações do milho em Chicago igualmente recuaram nesta semana, porém, o movimento foi menos intenso do que o da soja, mais uma vez. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (25) em US$ 3,61, contra US$ 3,70 uma semana antes.

O clima favorável nos EUA, nesta última semana, permitiu um bom avanço da colheita de milho, diminuindo as tensões sobre as cotações. Até o dia 21/10 a colheita atingia a 49% das lavouras do cereal, esperando-se que até o início de novembro a mesma chegue entre 70% a 75% da área total.

Ao mesmo tempo, as exportações de milho estadunidenses não têm sido muito importantes, ficando em 949.170 toneladas na semana anterior e 382.500 toneladas na semana encerrada em 11/10. Neste último caso, as mesmas foram 72% inferiores à média das quatro semanas anteriores. O México foi o maior comprador, com 162.500 toneladas. (cf. Safras & Mercado)

Ajudou ainda a frear o mercado as novas turbulências políticas mundiais, agora em relação à Arábia Saudita e a Turquia, as contas públicas ruins na Itália e outros fatores.

Na Argentina, a tonelada FOB de milho fechou a semana em US$ 162,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 120,00.

Já no Brasil, os preços do milho voltaram a recuar. A média gaúcha no balcão caiu para R$ 36,45/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 37,00 e R$ 38,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes ficaram entre R$ 18,00/saco em Sorriso, Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 38,50/saco em Videira, Concórdia e Campos Novos (SC).

A nova valorização do Real durante a semana colocou mais dificuldades nas exportações do cereal, com o mercado esperando um câmbio ao redor de R$ 3,60 após as eleições deste domingo. Com isso, o preço no porto de Santos caiu para R$ 34,00/saco, levando os prêmios a níveis muito próximos dos praticados no Golfo do México e na Argentina, assim como retirando o interesse de venda para exportação.

Há uma forte pressão de venda de milho de outros Estados no mercado paulista, com preços girando entre R$ 33,00 e R$ 35,00/saco mais ICMS. Com isso, a média paulista recua, porém, mesmo assim pequenos lotes de milho continuam sendo ofertados, fato que deixa os compradores em posição ainda confortável. Na prática, diante do atual câmbio, as tradings, que haviam adquirido milho para exportação, estão colocando-o no mercado interno, forçando a baixa de preços neste momento.

Assim, a liquidação de lotes no mercado físico, por parte de grandes vendedores internos, igualmente se faz presente, devendo isso continuar a ocorrer até o final do ano, salvo se houver reversão no quadro cambial. Analistas consideram que as tradings, provavelmente, perderam o melhor período para exportar o milho neste segundo semestre. (cf. Safras & Mercado)

Quanto às exportações em si, há previsão de embarques em outubro na altura de 3,5 milhões de toneladas e novembro já ultrapassando um milhão de toneladas. Resta verificar se isso realmente será confirmado na prática. E mesmo assim, os volumes estão aquém das necessidades nacionais, no sentido de desovar os estoques existentes antes da chegada na nova safra de verão. Aliás, nestas condições, em não havendo frustrações climáticas na safra de verão de milho, os preços nacionais deverão recuar bem mais a partir de fevereiro próximo.

Enfim, a comercialização da safrinha, neste mês de outubro, teria atingido a 63% do volume colhido, contra 55% na mesma época do ano passado. O volume colhido na safrinha nacional, neste ano, ficou em 48,6 milhões de toneladas, contra 67,4 milhões no ano passado. Já o plantio da nova safra de verão do cereal no Brasil chegou a 46% da área esperada, contra 45% nesta mesma época do ano passado. No Rio Grande do Sul o mesmo chegou a 76% da área, no Paraná a 68% e em Santa Catarina a 56%. (cf. Safras & Mercado)
 

CEEMA / UNIJUI