A hora e a vez do milho

É do campo que sopram as mais auspiciosas notícias para a economia brasileira. A agricultura, de fato, vem registrando sucessivos recordes de produção, somando este ano mais de 112,36 milhões de toneladas de grãos, conforme projeções da Campanha Nacional de Abastecimento (Conab): um crescimento de 19% em comparação às 90,70 milhões de toneladas colhidas no ano agrícola anterior. O sucessivo aumento da produção é positivo sob diferentes pontos de vista.

A maior oferta de alimentos concorre não só para refrear o custo de vida, como também para dinamizar a economia, criando novas oportunidades de negócios e abrindo novos postos de trabalho. A agricultura, em paralelo, vem garantindo substanciais saldos comerciais para o país.

Os embarques agrícolas do ano passado somam perto de US$ 20,5 bilhões - o equivalente a um terço do total das exportações brasileiras - proporcionando um saldo de US$ 17,37 bilhões. A despeito de tantas contribuições, a agricultura ainda tem enorme potencial a ser explorado. Tomo-se o caso do milho, a título de exemplo. Esteio da moderna agroindústria nacional, o grão responde por 70% do custo de produção de aves e suínos, garantindo não somente a oferta de proteína animal barata para a população brasileira, como também conferindo vantagens competitivas aos criadores no concorrido mercado internacional. Há, entretanto, muito espaço para crescer, especialmente no terreno da alimentação humana.É o que se verifica quando se compara o consumo de milho humano registrado no Brasil e em países de condições sócio-econômicas similares.

Com efeito, o consumo brasileiro per capitã de derivados de milho gira em torno dos 18 quilos por habitante, 3,5 vezes menos do que o mexicano, que consome cerca de 63 quilos anuais. O incremento do consumo de derivados de milho interessa seja pelo impacto econômico da atividade, seja por seus decorrentes ganhos sociais. No primeiro caso, vale registrar o fato de que a cadeia produtiva do milho movimenta cerca de US$ 10 bilhões anuais. De outra parte, o grão é um cereal nobre, rico em energia - justamente a maior carência nutricional da população brasileira: vitaminas e fibras.

Promover o aumento do consumo humano de milho é o foco do esforço articulado pela Abimilho, associação que integra as indústrias moageiras de milho.Ao fomentar o consumo humano do grão, a Abimilho contribui no combate ao problema da desnutrição e ajuda a promover a interiorização do desenvolvimento econômico.

Jornal do Comércio e Indústria (DCI) de São Paulo.